quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Ópera House – Sidney / Austrália



O Teatro da Ópera de Sidney converteu-se em um símbolo da Austrália, tão reconhecido no momento como o koala ou o canguru. Seu resplandecente telhado branco se sobrepõe como conchas de molusco num promontório penetram na enseada, formando um edifício atrativo desde qualquer ponto de vista. Sob as “conchas” há cinco salas independentes para concertos sinfônicos, óperas, música de câmara e teatro, uma sala de exposições, três restaurantes, seis bares, uma biblioteca e 60 camarins.
No total, conta com mil recintos e um espaço de 4,50 hectares de solo utilizável. O telhado está coberto por um milhão de azulejos cerâmicos, e os extremos abertos foram cobertos com 6.200 metros quadrados de vidro especial.
Este extraordinário edifício e o futuro da inspiração de um arquiteto e do trabalho de muitos especialistas, incluindo os engenheiros estruturais que tornaram possível a construção. Não existe no mundo um edifício semelhante e é pouco provável que venha a ter


O projeto foi vencedor de um concurso convocado em 1955 por Joseph Cahilh, primeiro ministro da Nova Gales do Sul, que desejava construir um teatro nacional de ópera num magnífico lugar da baia de Sidney, aponta Bennelong, chamada assim em homenagem a um aborígine que fez amizade com o comandante da primeira frota, capitão Arthur Philhip, que desembarcou em Sidney em 1778 com os primeiros deportados à Austrália.
A partir de 1902, a ponta esteve ocupada por uma enorme estação de bondes de tijolos vermelhos, a qual foi necessária demolir para construir em seu lugar o teatro da Ópera.
Para surpresa de todos, o concurso foi ganho por um arquiteto dinamarquês pouco conhecido, Jorri Utzon, de 38 anos, que tinha poucas obras realizadas. Praticamente sua experiência limitava-se a um complexo de 63 moradias construídas em Elsinore em 1956 e um complexo urbanístico próximo de Fredensborg.
Porém o projeto que apresentou para a Ópera de Sidney era tão elegante e invocador que varreu todos os seus competidores. Continha poucos detalhes, os esboços apresentados eram tão simples que beirabam o esquemático, declarou o jurado, que concluiu ainda que quanto mais o projeto era estudado, mais os convencia de que representava uma idéia capaz de converter-se num dos edifícios mais notáveis do mundo.



Diante de um projeto tão belo e tão difícil de executar, o governo de Nova Gales do Sul poderia ter voltado atrás. Pois não estava obrigado a levar a pratica o projeto ganhador do concurso. Poderia ter economizado muito dinheiro e anos de polemica tendo optado por uma estrutura mais simples e normal, mais não o fez.
Aceitou o projeto de Utzon e, por sugestões desse contatou como consultores estruturais a Ove Arup & Partiners, uma empresa britânica fundada por um engenheiro dinamarquês. O primeiro passo consistiu em desalojar o lugar e construir o pódio ou plataforma sobre o qual se levanta o edifício. As obras começaram em 1959, quando ainda não se sabiam com segurança se poderiam se construir as “conchas” de Utzon.
Estava previsto que as coberturas seriam construídas em concreto vertido de uma só vez sobre moldes de madeiras ou aço. Este método seria proibitivamente caro de maneira que Utzon concebeu outra idéia. Sua proposição foi construir as “conchas” mediante arcos de concretos pré-fabricados muitos próximos entre e a mesma curvatura esférica.
Demonstrou que todas as “conchas” podiam ser construídas com seções com a superfície de uma esfera de 75 m de raio, como se fossem tiras de uma casca de laranja. Porém, em lugar de construir as coberturas de uma só peça, podiam ser feito a base de “costela” fabricada relativamente com poucos moldes, que depois seriam unidos com cimento e reforçadas com aço para completar a estrutura. Os arcos estão tão próximos que quase se tocam, estão conectados mediante juntas de concreto. O exterior das “conchas” foi coberto com azulejos cerâmicos.




A escolha e colocação dos azulejos tiveram enormes dificuldades. Utzon dava muita importância a escolha do material adequado para a cobertura. “ Um material inadequado estragaria todo o efeito”, escreveu. O material ideal deveria brilhar ao sol, suportar grandes variações de temperatura, manter-se limpo e conservar sua aparência durante muitos anos. Utzon recorreu ao mundo antigo na procura de um material semelhante e decidiu que a única solução estava nos azulejos cerâmicos.
O emprego de arco com curvatura esférica permitiu cobrir a superfície com azulejos de tamanho único, de 12x12cm. Foram utilizados dois tipos diferentes: branco brilhante e pardo mate, para criar o efeito característico da cobertura.
Os azulejos, fabricados na Suécia pela empresa Hoganas, colocavam se sobre o telhado em bandejas pré fabricadas, e que eram montadas colocando os azulejos com a frente para baixo num marco e vertendo cimento sobre o revés para uni-los. A continuação retirava-se o marco e a bandeja, que podia chegar a medir 10×2, 28m, aparafusava-se ao telhado com gancho de bronze fosfórico. A cobertura consta de 4,253 bandejas, com um total de 1.056,000 azulejos.




Um dos mistérios do edifício e o modo pelo qual a sustentação da cobertura e realizada; aparentemente sobre dois pontos somente de apoio e sem pilares. Isto e conseguido acoplando as “conchas” maiores a outros menores orientados em direções contrarias, de maneira que as duas formam uma unidade.
Como cada cobertura toca o piso em dois pontos, a unidade fica firmemente assentada sobre quatro pés. As conchas menores ou “conchas louvres” não chamam a atenção, porém sem elas as coberturas não teriam sustentação. O envidraçamento dos extremos abertos de conchas acarretou outro problema delicado. Utzon sempre quis envidraçá-los, mas resultava difícil encontrar uma maneira de fixar os vidros. Finalmente decidiu-se utilizar montantes verticais de aço que ocupavam todas as bocas das conchas.
Nestes montantes instalaram-se molduras de bronze onde se fixaram os vidros com silicone. No total há 2.000 painéis de vidros, cujo tamanho varia entre 1,20x 1,20 e 4,25×2,60m. Existem mais de 700 formatos diferentes, todos eles calculados por Ove Arup & Partiners com ajuda de computadores. O vidro de 18 mm de espessura e consta de 2 camadas, uma normal e a outra âmbar, coladas com cimento plástico. Essa estrutura aumenta a resistência dos vitrôs, reduzindo o perigo de possíveis quedas de vidro dentro do edifício, e proporciona melhor isolamento




Dados Básicos:
Um dos edifícios mais originais do mundo, baseado em novos conceitos de construção.
Localização:
Sidney – Austrália.
Projetista:
Jorn Utzon .
Período construção:
1959 – 1973
Materiais:
Concreto pretendido e vidro.
Peso cobertura:
26.800 toneladas.
Superfície de vidro:
0,6h.
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Fonte: Enciclopédia Del Prado Ediciones.

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